Cosan compra Esso no Brasil

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Mesmo com a compra de da rede ESSO de distribuição e a promessa de sinergia entre a produção de álcool (COSAN) e a venda a varejo de combustível, isso não conveceu o mercado.

A pergunta é: por quê? A resposta me parece simples: confiança. Mesmo que o negócio seja extremamente interessante na geração de fluxo de caixa futuro- o que representaria uma significativa valorização das ações- não é o fato principal para convencer os investidores. Sr. Ometto, depois das falcatruas e a explícita quebra de compromissos que vossa senhoria fez em relação aos princípios do novo mercado, não é um sorriso bonito em capa de revista que te trará credibilidade. Fecha o repórter ESSO!


Cosan compra Esso no Brasil
24.04.2008
Maior produtora de etanol no Brasil agora entra no mercado de distribuição e comercialização de combustíveis

Por Marcelo Onaga


EXAME


A Cosan, maior processadora de cana-de açúcar do mundo, comprou os ativos da Esso no Brasil por 826 milhões de dólares. A ExxonMobil, maior petrolífera do mundo e dona da Esso, buscava compradores para seus ativos no país há meses. Os favoritos para fechar o negócio, entretanto, eram a Petrobras e o fundo de private equity GP Investimentos.
Os dois concorrentes foram desbancados pela Cosan, que agora entra no mercado de distribuição e comercialização de combustíveis. Com a aquisição, a companhia espera se tornar “o primeiro player de energia renovável explorando desde o plantio da cana-de-açúcar até a distribuição e comercialização de combustíveis no varejo e atacado”.
O negócio abrange 1500 postos de combustíveis em 20 estados brasileiros, além de quatro terminais de abastecimento e distribuição de combustíveis. Engloba, ainda, a participação da Esso em outros 17 terminais por meio de joint-venture com outras distribuidoras.
A Cosan continuará utilizando a marca Esso, que hoje representa o quinto maior varejista de combustíveis no país, com 7,2% de participação de mercado, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). A operação também garantirá à empresa fornecer combustível a companhias aéreas e atuar no mercado de lubrificantes, podendo revender e utilizar as marcas não só da Esso, como também da ExxonMobil no Brasil.
Para assumir o negócio, no entanto, além de desembolsar 826 milhões de dólares, a Cosan vai arcar com uma dívida de 163 milhões de dólares da Esso. Serão utilizados para pagamento os 310 milhões de dólares captados pela companhia com a operação de aumento de capital realizada em janeiro deste ano e o restante deverá ser financiado. A Cosan afirma que “os recursos provenientes da abertura de capital da Cosan Limited serão preservados para o desenvolvimento das atividades de etanol, açúcar e co-geração de energia”.
Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que a comercialização de etanol no Brasil já começa a superar a de gasolina. Em fevereiro, foram vendidos 1.409 milhões de metros cúbicos de gasolina e 1.434 milhões de metros cúbicos de etanol, já incluindo o etanol anidro adicionado à gasolina. Durante o período de 2003 a 2007, o consumo de etanol hidratado alcançou o crescimento anual de 29,1% contra apenas 2,7% da gasolina. “Posicionar a Cosan de forma relevante no setor de distribuição de combustíveis é um passo importante na consolidação do etanol como o principal combustível do mercado brasileiro”, diz a empresa em nota.
A consolidação do setor foi um dos motivos que levou a Cosan a comprar a Esso. As cinco maiores empresas de distribuição de combustíveis no Brasil são responsáveis por 76% do volume total comercializado no país, segundo o Sindicom.
Ações
A notícia da compra da Esso não animou os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Às 10h25, as ações da Cosan eram negociadas em queda de 0,4%, a 26,89 reais.

1 Comentário:

Anônimo disse...

Fogo amigo

A Cosan terá um trabalho extra na Esso: conter o êxodo de revendedores. Nos últimos dois meses, cerca de 30 postos romperam o contrato com a distribuidora e passaram a operar sob outra bandeira.
FONTE:WWW.RELATORIORESERVADO.COM.BR

 

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