Projetos da Bovespa- Movimentando o mercado de opções

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Enfim começam projetos para melhorar ou esclarecer o mercado de opções no Brasil. Não sei se é limite intelectual- porque financeiro não é- grandes empresas, em seus setores financeiros e de investimentos, não trabalham com opções. Não se pode falar de risco nos derivativos de ações ao se comparar com os riscos muito maiores em grandes montantes aplicados em forex e outras transações com contratos futuros em moeda estrangeira. Assim, não há dúvidas que nossos financistas vinculados a grandes corporações não tem intimidade com opções; um ótimo negócio para hedge e, ao contrário que se pensa, controle de risco de operações em renda variável. Detalhes na reportagem do JORNAL VALOR ECONÔMICO de hoje (22 de dezembro de 2009).

Bovespa prepara formador de mercado para opções de ações a fim de dar maior liquidez para esses ativos.

Novos projetos à vista


    Por Daniele Camba, de São Paulo
    22/12/2009 (Jornal Valor Econômico)

A Bovespa está preparando uma série de medidas que devem ser anunciadas ao longo do ano que vem com o objetivo de estimular o mercado de ações. Uma das que já estão em discussões mais adiantadas é a criação de formadores de mercado para opções (direito de comprar ou vender um ativo por um determinado preço em uma data previamente estabelecida) de ações. A ideia é aumentar a liquidez das opções que, com exceção das de Petrobras e Vale, hoje é praticamente inexistente.

O formador de mercado é um agente contratado para garantir um mínimo de negócios, assegurando que o investidor encontrará comprador e vendedor para os ativos quando quiser negociá-los. Num primeiro momento, a bolsa pretende ter formadores de mercado para as opções dos papéis com as maiores participações dentro do Índice Bovespa, como Bradesco, Itaú Unibanco, Gerdau, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a própria BM&FBovespa. "É importante termos opções líquidas de papéis que também já tenham boa liquidez", disse ao Valor, com exclusividade, o diretor de renda variável da BM&FBovespa, Júlio Ziegelmann.

Foto Destaque

Apesar de o Brasil ser o terceiro maior mercado do mundo em opções de ações - atrás apenas das americanas International Securities Exchange (ISE) e da Chicago Board Options Exchange -, o volume nunca foi diluído entre vários papéis. Antes da privatização, as opções de ações da Telebrás concentravam os negócios. Após a privatização, essa liquidez migrou para as opções da Oi (ex-Telemar). E hoje, com a perda de participação da Oi dentro do Ibovespa, o giro se divide entre as opções da Petrobras e da Vale.

Por mais surpreendente que pareça, já que o mercado de opções é mais sofisticado, as pessoas físicas respondem pela maior parcela dos negócios. Em novembro, elas representam 69,43% do giro de negócios com opções. Ziegelmann acredita que grandes investidores de ações poderão atuar como formadores de mercado. Entre eles estão os chamados "high frequences" - investidores que fazem grandes volumes de operações - e os "algotraders" - um sistema que permite fazer os mais diversos tipos de operações de arbitragem no mercado.

"Eles são grandes investidores que têm todas as condições de serem formadores de mercado", diz o diretor da BM&FBovespa. Alguns desses grandes participantes já foram inclusive sondados e se mostraram interessados pela proposta, afirma Ziegelmann. Ele afirma que mesmo investidores estrangeiros poderão atuar como formadores. A bolsa também está estudando uma forma de esses investidores terem algum tipo de benefício na aquisição das ações que darão lastro às opções das quais serão formadores de mercado.

Mesmo para esses grandes investidores que não se tornarem formadores de mercado, a Bovespa analisa um modelo de tarifas menores tanto de negociação quanto de liquidação. No entanto, isso será válido apenas para aqueles que realmente fecharem um volume alto de operações. "Muitos desses investidores colocam milhares de ordens, mas fecham um pequeno número delas; esses precisam ser punidos, já que ocupam muito da capacidade tecnológica da bolsa para fechar uma quantidade pequena de negócios."

Outra medida que a Bovespa estuda é trazer para o pregão daqui ativos estrangeiros, entre eles, Brazilian Depositary Receipts (BDRs, recibos de empresas internacionais negociados no Brasil). A ideia é que esses BDRs sejam listados aqui independentemente do desejo da companhia estrangeira emissora. São os chamados BDRs não patrocinados, trazidos pela própria Bovespa, em acordo com os bancos depositários desses ativos.

O objetivo é conquistar os investidores brasileiro que podem aplicar no exterior. Os fundos multimercados, por exemplo, já podem alocar até 20% do patrimônio líquido no exterior e os fundos de renda fixa, até 10%. Os fundos para cotistas com aplicação mínima de R$ 1 milhão podem investir até 100% do patrimônio. Já o percentual para os fundos de pensão subiu de 3% para 10%, mas se calcula que hoje eles tenham apenas 1% fora do Brasil. "Com os BDRs, queremos conquistar essa parcela dos fundos e das fundações que pode ir para o exterior", diz Ziegelmann. "Ao mesmo tempo que eles (os fundos) investem fora do país, conseguimos fazer com que não saiam da Bovespa", explica.

Em outras bolsas, já são negociados vários papéis estrangeiros. Ziegelmann cita o exemplo da Bolsa do México, onde há negócios com ETFs (Exchange-Traded Funds) dos índices da Bolsa de Nova York (Nyse). O projeto dos BDRs na Bovespa ainda está em fase inicial, cuidando do aperfeiçoamento das regras de listagem das companhias internacionais no pregão brasileiro.

Recompra de ações: auto investimento ou jogada de marketing?

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Há um espectro de máxima entre players do mercado que enuncia: "quando uma empresa recompra suas ações, indica:

1) Sinal que estará adquirindo a um preço baixo com perspectivas de alta. Se tivesse num patamar muito elevado, não iria comprar, pois a expectativa seria de baixa, fazendo o investimento ter perda.


2) Com a recompra, haverá uma redução dos papeis no mercado, diminuindo a liquidez e elevando o preço. (resposta de um forista da infomoney no tópico Visanet)

Questiono estes pontos partindo de alguma bases empíricas vistas ao longo da história de negociação que demonstram que recompra de ações pode ser um ato desesperado de marketing
para tentar valorizar as ações do mercado.


O que espero de uma empresa é o investimento em parque industrial, novos pontos de venda, expansão de exploração, estratégias de ampliação do mark. share, melhoria logística, enfim; algo que indique verdadeiramente a capacidade de gerar receitas com salubridade contábil e financeira.


No caso da Visanet, que propõe a recompra de 1% de seu capital exposto no mercado, ai dá vontade de conversar com o RI (coisa que tentei sem sucesso) para que exponha o verdadeiro sentido deste tipo de estratégia.


Admiro fatos como a mudança de denominação da empresa de VISANET para CIELO: indica confiança em sua rede e consolidação no mercado de cartões de crédito e débito. Ponto positivo.


Admiro como a empresa está reagindo com a entrada de concorrência (que é a base do capitalismo saudável a sociedade e empresa) para cortar custos e melhorar processos de prestação de serviço e apoio ao comércio varejista. Ponto positivo.


Então, pergunto, por que o desperdício de tempo e capital para um ato de recompra -considerando que a empresa está no mercado de ações a tão pouco tempo- ante ao descrédito que esse tipo de ação pode gerar?


Abaixo o comunicado do RI da Cielo sobre a recompra de ações:




Por que Embraer (embr3)?

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Tem aquela história dos malucos que só investiam em empresas que já foram grandes, estavam em calamidade financeira e com um pé na cova civil, jurídica, trabalhista e o que mais pode causar infartos a um CEO ou sua diretoria. O louco visionário especula com as ações, atrai um monte de sardinhas a sua impiedosa armadilha e sai com um baita lucro enquanto estes pequenos peixes degladiam argumentos em fóruns pela internet (qualquer semelhança é mera coincidência). Outros com capital empreendedorismo robusto, assumem a empresa; forma um upstar sensacional e meses depois a vendem sem os encargos da massa falida (vide varig, varig varig!) E o que tem isso a ver com a EMBRAER: NADA! absolutamente nada.

Introduzi o paragráfo para contradizer determinadas falácias infundadas que ouço e leio pelos rincões deste mundão das finanças. Os números e perspectivas da Embraer não são refletidos de forma nada plena em seu preço atual.

Em se tratando de uma das maiores e mais respeitáveis empresas deste País- reconhecida internancionalmene pela qualidade de seus aviões- comecemos por este valor de P/VP= 1,26, ou seja, por baixo, se o patrimônio da empresa fosse vendida, praticamente paga-se o acionista.

O P/L em 6,79 é um dos mais baixos considerando o setor de produção de material de transporte. Se considerarmos o P/L entre as produtoras de material aeronáutico no mundo, trata-se de um dos menores múltiplos considerando uma empresa financeiramente saudável e com enormes perspectivas (principalmente em se tratando de uma recuperação da economia mundial, que nos parece, fato).

A saúde financeira da empresa se reflete na liquidez corrente superiro a 1.50 (1,67 para ser mais preciso) associado a uma divida bruta/PL = 0,67 e com ROE superior a 18,7%, ou seja, variações do EBIT são aceitáveis saindo-se de ciclos econômicos ruins.

Grande pedida para médio prazo! Com belos vôos para a empresa.

Novo Layout

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Vamos renovar o layout do Ondas Financeiras! Em breve novas mudanças para otimizar nosso aprendizado no mundo financeiro. Antigos parceiros, por favor, entrem em contato novamente para restabelecer os link's.


Grande abraço
PS- Encabeço com o antigo símbolo da página como recordação. Ainda estou procurando um novo ícone mais próximo dos ensejos desta página.

América Latina Logística (ALLL) nos trilhos!

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Estava cá com meus traços e tendências e deparo-me com a velha companheira Alll11. Bichinha brava mas que exige uma parada de sucesso no love songs por que me desperta amor e ódio.

Primeiro que há paradoxos interessantes. Faz quase 02 meses que ela namora a média dos 13,00. Hoje entrou no IFR10 em sobre venda (abaixo de 20%) - indicador de compra- mesmo assim a média exponencial de 05 dias perfura a de 21 de cima pra baixo (indicador de venda).
Não tô afirmando ainda - recolham suas espadas- mas tem um GAP se formando em relação ao cadle de hoje associado a uma forma quase perfeita de martelo invertido de alta que tá me deixando com uma pulgona atrás da orelha (indicativos de baixa amplitude de onda que podem indicar um repique interessante de alta para fazer um troco rápido).

Mas, como não sou bicho só de gráfico e gosto de um número, vamos aos fundamentos da empresa. Primeiro: the dark side of the force. Um P/L de 87 e a dívida bruta/PL de 1,91 com um dv. yld de pífios 0,6%. Característica da área de atuação? Pode ser, mas são números nada saudáveis. Aí. Vejo as corretoras recomendando e vou ver por que... Ainda estou procurando, e procurando, e procurando...




Achei alguns dados interessantes como um crescimento de lucro operacional expresso pelo EBIT bem consistente ao longo dos últimos anos:










Por outro lado um recuo no lucro líquido consequência do momento de crise global e diminuição da demanda de minerais (grande parte da receita da ALL); por outro lado um crescimento nítido nos últimos trimestres pelo mesmo motivo ao contrário (ahhh a dinâmica do mercado):



Para os que tem um cadinho de sangue nos "óio", não tanto pelos fundamentos mas pela análise técnica, vale um trade de curto prazo com objetivo primário em 13,80; secundário e 15,20 e um terciário- com a faca nos dentes- para 17,10. Não esqueça do STOP!!!

BM&F-BOVESPA: especulações sobre BVMF3

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Quedinha safadinha está da BVMF3... Estava bonita lá nos seus nobres 12,00-12,50... começaram a bater na tadinha e hoje ela tocou sem dó nem piedade os 10,90. Os gráficos mostram uma lateralidade sem fim na pobre. Começou em maio depois de um belo rally aos céus de onde saiu dos míseros 4,00. Gosto dos "sábios":


- Reflexo da crise... ela não chega aos 8,00 até 2012... ou

- Pode juntar bovespa com BMeF... nem se juntar a bolsa de Chicago essa ai não sobe...


Ai começou a bela recuperação... Nosssssssaaaaaaaaaaa!!! Até dezembro de 2009 certamente bate os 19,80-20,00... (é quando desconfio que a idéia de valuation de algumas corretoras e especialistas deveria se chamar chutoetion)... mostrar os cálculos ninguém mostra pra dizer como chegam nestes preços alvos. Belê.


Vamos aos dados:


No gráfico o IFR 10 está beirando os 21,7% (sobre venda) indicando momento de compra.

Há um suporte poderoso aos 10,67, associando o IFR e este suporte vejo um bom momento de entrada.

Puxando a sardinha fundamentalista, o P/VP está em 1,16; ou seja, indica-se uma desvalorização exagerada da ação em relação aos seus outros fundamentos como lucro estável (mesmo ante a crise mundial), dívida tendendo a zero ante ao seu patrimônio líquido de quase 20 bilhões. A operacionalidade da empresa é surprendente com margem líquida de quase 50%. Problemas: P/L alto = 31,44 e não há um histórico no pagamento de dividendos apesar de ser merecedora de crédito pelos valores pagos aos acionitas em seu pouco tempo de existência como companhia.


Bons investimentos

Palestra: Bolsa de Valores - Novos horizontes ao profissional de Ciências da Computação

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Caros leitores;


Hoje ministrei uma palestra aos alunos do curso de graduação em Ciências da Computação do UniCEUB - Brasília- DF com o tema supra citado. Segue o material usado durante a exposição.

Siga as instruções abaixo para realizar o Download:


1- Clique no link abaixo;





2- Na página que abrir clique em "Download Now".


3- Abrirá uma segunda página. Espere 10 segundos. Baixe o arquivo para seu computador.



Grande abraço


Crises Financeiras e Recessão: realidade ou discurso?

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Não se pode negar a urgência e veracidade de risco em pandemias como a gripe causada pelo vírus H1N1. Não se deve, jamais, negligenciar a vigilância sanitária e medidas para prevenção e retenção epidêmica dentro de cada Estado formal constituído neste planeta. Já, deste ponto, inventar mais lenga lenga, jogar gasolina na fogueira dos desludos, enfiar a faca no enfermo e qualquer outra metáfora para incutir motivos de prolongação da crise financeira que ainda assombra nossas sociedades; aí virou bobagem.
Lendo o Valor Econômico, estimo sempre a responsabilidade de informação a que qualquer veículo de mídia esta coligada, daí eu não partir a uma análise subjetiva do ocorrido e concluir, ante a índices de morbiidade e mortalidade já estabelecidos de que se trata de mais um exagero que deve proteger ou convergir a interesses de estabelecimento de crise; não há dúvida que o farei. EXAGERO!!!!

Leia a reportagem:

Link:

VisaNet: tem caroço nesse angú!

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Analisando a reportagem que hoje li no Valor Econômico - nenhuma novidade para quem acompanha o mercado- há uma oficialização, pela 3ª ou 4ª vez do lançamento de ações da VISANET. Fico me perguntando, quando o mar estava repleto de peixes e peixões, a visanet lança a idéia de ofertar ações e retira o projeto nas primeiras explanções públicas da crise subprime em meados de 2007 - projeto que era antecessor ao de seu "concorrente" a Redecard. A Redecard lançou sua IPO, e meses se anunciou a IPO da Visanet. Especulaçã, glórias e valorização das ações de bancos coligados... nada! Agora, no meio de um furacão derivado de uma bolha histórica onde quanquer respiro se abre uma luz de esperança nas fontes de lodo... vem a IPO tão esperado da Visanet.
Não se trata de uma ampliação de capital mas dos principais bancos querendo dividir sua fatia com o sedento mercado no rico mercado de cartões de crédito? Será necessária liquidez por parte destes bancos ou há algo mais no olho deste furacão que nós, mortais, não estamos sabendo? Deixo em aberto...


Visanet, líder em cartões, pretende fazer oferta bilionária em junho
A processadora de cartões de crédito e débito Visanet quer finalmente desengavetar o plano de lançar suas ações em bolsa, que teve que ser adiado no ano passado em meio ao agravamento da crise. Está tudo pronto para que a companhia faça sua oferta pública inicial em junho. O registro da oferta será feito na Comissão de Valores Mobiliários nos próximos dias.A operação terá cifras bilionárias. Segundo o Valor apurou, no mínimo R$ 5 bilhões em ações serão vendidos. Mas há indicações de que a transação pode alcançar cerca de R$ 10 bilhões e certamente figurará entre as maiores já feitas no país. O tamanho da oferta não está definido, assim como o valor da empresa e o percentual de ações a ser vendido pelos quatro sócios.O Bradesco é o seu maior acionista, com 39% do capital, seguido pelo Banco do Brasil, com 31%, e pelo Santander, que herdou a fatia de 14% do ABN Amro Real. A Visa International detém os restantes 10%. Todos os sócios devem aproveitar a operação para se desfazer de parte do seu bloco e nenhum deles sairá do capital da empresa.A oferta será 100% secundária, ou seja, apenas ações dos sócios serão vendidas. Não haverá emissão de novas ações para aumento de capital porque a empresa não precisa de recursos para crescer, a exemplo da sua concorrente Redecard, que também só fez ofertas secundárias até hoje. A última aconteceu no mês passado, quando o Citigroup vendeu a totalidade de suas ações. A operação recente da Redecard deixou claro o apetite de investidores por esse negócio, que cresce apesar da crise e está intimamente ligado ao consumo interno.
Tanto Visanet quanto Redecard são responsáveis por credenciar os estabelecimentos comerciais que transacionam com os cartões. A Visanet faz credenciamento das bandeiras Visa e Visa Electron e a Redecard, de Mastercard e Maestro.A Visanet tem uma fatia de mercado de cerca de 45% e é maior que a sua concorrente. A Redecard vale hoje na bolsa R$ 18,6 bilhões e seu valor mostrou grande resiliência em meio à crise. Ontem, suas ações valiam R$ 27,70, ligeiramente acima do preço da oferta inicial, realizada em julho de 2007, quando os papéis saíram a R$ 27.No ano passado, a Visanet processou R$ 180 bilhões em operações com cartões, com uma receita de R$ 3,2 bilhões (20% superior à de 2007). A Redecard processou outros R$ 125 bilhões, registrando receita de R$ 2,3 bilhões, 22% maior que no ano anterior

Oportunidade no longo prazo

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Oportunidade no longo prazo (Jornal Valor Econômico)

Por Alessandra Bellotto, de São Paulo 30/03/2009

A crise financeira mundial jogou na lona os ativos de maior risco como a renda variável, especialmente ações de companhias com baixo valor de mercado. Os fundos dedicados a esse nicho de empresas, conhecidas como "small caps", foram duramente afetados em 2008, com prejuízo médio de 50,89% ante queda de 41,22% do Ibovespa, segundo levantamento da consultoria Quantum. Neste ano, a categoria tem desempenho melhor, mas fraco: ganho médio de 0,98% até dia 25 ante 11,32% do Ibovespa. Apesar de não se esperar uma retomada das "small caps" no curto prazo, dificilmente o investidor vai se deparar nos próximos anos com um momento tão favorável para a compra dessas ações como o atual, apontam especialistas ouvidos pelo Valor.

Prova disso é que gestores já estão se mexendo para aproveitar as pechinchas. ALegg Mason, por exemplo, que já tem um fundo de "small caps", está preparando uma nova carteira para aproveitar as oportunidades. O Itaú, com dois fundos "small caps", acaba de lançar outras duas para comprar ações de empresas pequenas que ficaram "extremamente baratas", conta o gestor de fundos diferenciados Guilherme Rebouças.

Nesta crise, comparada à Grande Depressão de 1929, com raras exceções, poucos saem ilesos. No ano passado, a primeira linha sofreu , mas os papéis de menor liquidez foram "exageradamente punidos", afirma Rebouças. E isso nada tem a ver com os fundamentos das empresas, mas com a venda maciça de ações, a qualquer preço, deflagrada pela forte aversão a risco, explica o gestor. A maioria esmagadora dos papéis de segunda e terceira linhas estavam nas mãos de investidores estrangeiros, como "hedge funds", que foram os grandes compradores nos IPOs (oferta pública inicial, na sigla em inglês).

"No pânico, tudo o que não tinha liquidez foi prejudicado", destaca o diretor daModal Asset Management, Alexandre Póvoa. Além de os preços despencarem, o volume de negociação de alguns papéis praticamente desapareceu, acrescenta o chefe de análise da Modal, Eduardo Roche. "Se a liquidez já era um problema no 'bull market' (mercado em alta), agora, num cenário de incertezas, é um desafio ainda maior."

Na visão do analista, as perspectivas para o curto prazo não são nada animadoras. Toda e qualquer corrida para a bolsa tende a ser em direção à liquidez, diz Roche. Ele ressalta que a alta recente da bolsa até incluiu empresas menores, mas esse é um fluxo de recursos que não se sustenta pelas condições de mercado e perspectivas de resultados corporativos ruins nos dois primeiros trimestres. "Este último movimento de alta foi concentrado em papéis de maior liquidez pela facilidade para entrar e sair da posição."

Exemplo disso é a diferença entre a variação do Ibovespa, que subia 11,60% no ano até sexta-feira, enquanto o índice Small Cap da bolsa recuava 1,42%. Eduardo Favrin, diretor de renda variável da HSBC Global Asset Management, diz que o mercado está desprezando muitas boas empresas e os descontos são grandes em relação ao valor patrimonial. "Há ainda companhias que estão em setores que vão passar por consolidação."

Além disso, não se espera uma nova rodada de venda de "small caps". "A grande onda já ocorreu, podemos ver somente casos pontuais", acredita Roche, da Modal. Favrin, da HSBC, no entanto, diz que ainda há estrangeiros presos em ações de baixa liquidez, o que pode trazer uma pressão vendedora, mas pequena. Assim como há dificuldade para vender esse tipo de papel, quando o cenário apontar para recuperação o investidor vai ter problemas para comprar, alerta o executivo. "Na volta do mercado, a correção virá forte", acrescenta ele.

Para Rebouças, do Itaú, entre as alternativas, o setor de construção civil se destaca. "Olhando o longo prazo, as empresas estão baratas", diz. O juro caindo para um dígito e a participação relativa do crédito imobiliário de menos 2% do PIB revelam um potencial de crescimento grande. Isso sem contar o pacote habitacional do governo brasileiro, de R$ 34 bilhões, para estimular o segmento, cujo impacto maior será no médio e longo prazos.

Há construtoras na bolsa que caíram mais de 90% no ano passado. A MRV, uma das companhias que ganham com o pacote pelo foco na baixa renda, perdeu 74,18% no ano passado e, apesar da alta de 46% em 2009, ainda tem espaço para recuperação. Já Rossi Residencial ON caiu 83,20% em 2008 e, neste ano, recuava 1,32% até sexta-feira.

O setor de bancos médios, que foi surpreendido na semana passada com medidas do governo para baixar o custo de captação, também é mencionado por Rebouças. "Há ações, como a do Banrisul, que estão abaixo do valor patrimonial." Empresas do setor de consumo, como SaraivaDrogasil e Hypermarcas, também são apostas do Itaú.

Roche, da Modal, vê oportunidades em empresas como a Ideiasnet, que pode ter crescimento forte puxado pela divisão de rede de fibra óptica para o setor de telefonia. O papel caiu 72,48% em 2008 e mais 21,34% neste ano, até sexta. Contax, maior empresa brasileira de call center, é outra citada por Roche que, além de capitalizada, será beneficiada com as novas regras de serviço telefônico que obrigam as empresas a não deixar o consumidor esperando mais de um minuto para ser atendido.

"A história é sempre a mesma, o investidor compra quando o mercado sobe e vende quando cai", afirma Fabio Alperowitch, sócio da Fama Investimentos, gestora tradicional de "small caps". Só que esse comportamento hoje pode significar abrir mão de uma chance de ouro, destaca. Alperowitch afirma que há uma percepção equivocada no mercado de que empresas pequenas sofrem mais em períodos de crise e com restrição de crédito. Segundo ele, ao longo dos últimos dez anos, as pequenas companhias aprenderam que não podem se endividar e hoje têm uma estrutura de capital mais sólida do que muita empresa grande.

"Neste momento de crise, há um rol de empresas pequenas que não precisam de refinanciamento, são focadas no mercado doméstico e vão continuar crescendo." Ele cita o caso da M. Dias Branco, grupo do setor de massas e biscoitos, que só no quarto trimestre de 2008 viu sua receita crescer 48,2% na comparação com o mesmo período de 2007. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da empresa, porém, caíram 19,44% em 2008. Neste ano, subiam 1,57% até sexta-feira.


Carta aberta aos bancos brasileiros

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Esta carta foi enviada ao Banco Bradesco, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direcionada a todas as instituições financeiras. Tenho que prestar reverência ao brasileira(o) que, apesar de ser altamente explorada, ainda consegue manter o bom humor.


CARTA ABERTA AO BRADESCO


Senhores Diretores do Bradesco,


Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia etc).


Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante. Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade. Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima. Que tal?Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer serviço..Além disso, me impõe taxas. Uma 'taxa de acesso ao pãozinho', outra 'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro. Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de crédito' - equivalente àquela hipotética 'taxa de acesso ao pãozinho', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de conta'.Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de abertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o padeiro depois de abrir a padaria.Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como papagaios'. para liberar o 'papagaio', alguns Gerentes inescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente embolsado.Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos gerentes inescrupulosos. Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por dentro'.


- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.


- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 'para a manutenção da conta' semelhante àquela 'taxa pela existência da padaria na esquina da rua'.


- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo.


- Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.


- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.


Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de seu Banco.Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?


Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco.


Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam garantidas em lei, voces concordam o quanto são abusivas.!?!

Obama não é o Kalel

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Para aqueles que acham que Obama será o salvador da pátria e do planeta: cuidado! Não nego que há grandes esperanças nas ações de política e regulamentação do mercado financeiro (recordemos uma tradição democrata como nas gestões de Clinton). Espera-se um retorno de confinça e crescimento dos EUA bem como dos países europeus, asiáticos e o Brasil, principalmente a partir do final de 2009. Mas note, o tempo atual será de incerteza e volatilidade. Mr. President Obama certamente não pautará sua política com base no populismo e síndrome salvadora a la latino-américa. A reportagem de hoje (Valor Econômico), demonstra a cautela que certamente será a marca de Obama, pelo menos no primeiro ano de governo.




Obama inicia governo sob o signo da cautela
Ricardo Balthazar, de Washington22/01/2009

O presidente dos EUA, Barack Obama, reforçou ontem os sinais de que pretende governar com a mesma cautela que adotou na montagem de sua equipe. Timothy Geithner, novo secretário do Tesouro dos EUA: ação "dramática" no mercado de crédito
O presidente dos EUA, Barack Obama, reforçou ontem os sinais de que pretende governar com a mesma cautela que adotou na montagem de sua equipe e nos preparativos para seu governo, evitando gestos grandiloqüentes que poderiam criar embaraços depois e resistindo às pressões que tem recebido para agir rapidamente em várias frentes.
Em vez de fechar com uma canetada o campo de prisioneiros de Guantánamo logo no primeiro dia de trabalho, mandou suspender por 120 dias o julgamento de 20 acusados de terrorismo.
Também mandou congelar os salários de assessores que ganham mais de US$ 100 mil por ano e baixou normas para dar mais transparência aos atos do governo e administrar casos de conflito de interesses que surgirem em sua administração.
Sob pressão dos mercados e do Congresso para adotar novas medidas para escorar o combalido sistema bancário, Obama reuniu-se com sua equipe econômica. Mas assessores do presidente indicaram que provavelmente será preciso esperar algumas semanas para saber quais medidas serão implementadas.
Em sabatina no Senado, Tim Geithner, futuro secretário do Tesouro, disse que o governo vai agir de modo "dramático" para reavivar os mercados de crédito e fortalecer os bancos.

 

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