Sadia: análise do real temor

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Análise realizada por Ricardo Dias - Fórum da Infomoney em 29/09/2008


Permitam-me dar uma opinião com uma visão mais fundamentalista e menos trader:
O episódio da Sadia foi muito, muito grave. Grave porque:

1 - Comprometeu o resultado do ano inteiro. Antes a Sadia tinha uma situação adversa de câmbio desfavorável e commodities agrícolas a preços elevados e precisava de um bom trabalho de tesouraria para minimizar esses impactos. O erro cometido comprometeu o resultado da companhia para o ano todo e 2008 certamente será encerrado com prejuízo.

2 - Expôs que a companhia opera no mercado financeiro além de suas necessidades operacionais. Ou seja, investir em Sadia não é somente investir em industrialização de frango, mas sim investir em frango e em trading financeira. E isso aumenta a percepção de risco do investidor, pois trading é um negócio infinitamente mais arriscado que frango. Vale lembrar que a Sadia já tinha feito uma presepada semelhante em 2002 com títulos soberanos.

3 - Expôs que a companhia tem mecanismos extremamente deficientes de controle interno.


O ponto número 1 é séria, mas é um fato pontual. Já os pontos 2 e 3 são gravíssimos, pois mancham a reputação da empresa de uma forma muito séria e a recuperação dessa credibilidade pode levar anos.
Ao nos depararmos com quanto caiu, devemos considerar que os investidores estão embutindo não só um resultado ruim em 2008 mas também um prêmio adicional de RISCO na companhia em função dos itens 2 e 3. Ou seja, assim como se falava em mudança de patamar das ações brasileiras com o investment grade, pode-se cogitar a hipótese de esta empresa em específico ter mudado de patamar PARA BAIXO.

Tudo isso que eu falei o gráfico não é capaz de captar. Reflitam sobre isso.

Sadia: a memória do investidore é imperdoável

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Análise do Konga: fórum infomoney em 26 de setembro de 2008
Esta perda da Sadia, que parece a primeira vista algo anormal, não é... Quando se faz um hedge você está tentando se proteger, mas ao mesmo tempo, está fazendo uma aposta na ponta contrária do outro lado. Ou seja, quem aceita o hedge acredita no contrário do que você está fazendo (trata-se simplesmente em uma aposta. Um lado acredita que vai cair, o outro que vai subir. No caso atual falamos sobre o dólar). Como foi explicado no comunicado da Sadia, o seu diretor financeiro exagerou no volume que pretendia fazer de hedge (ou aposta contrária ao mercado). Isto já aconteceu com uma outra empresa listada em bolsa: a Light – e a lambança foi feita pelo filho de um ex-presidente da República, que foi afastado da empresa e nunca mais se ouviu falar dele... Essas coisas de perdas com este montante perdido pela Sadia, são praticamente irrecuperáveis. Ainda mais em época tão difícil de se obter crédito como a que se avizinha. É engano a pessoa achar que isso vai ficar por isso mesmo. Nada disso. Este rombo no caixa da Sadia é praticamente irrecuperável a curto prazo... Ele irá entrar no balanço deste ano, afetará o balanço do ano que vem e fatalmente a Sadia terá que tocar os seus planos de investimento, os que já foram começados, com dinheiro de instituições financeiras... Além disso, do mesmo jeito que aconteceu com a Light (que acabou sendo vendida pela francesa EDF), a empresa ficará com um estigma, e isso leva um bom tempo para o mercado esquecer. Então, sem causar alarmismos ou qualquer outro tipo de confusão maior, a situação da Sadia não é uma situação fácil nem simples de ser resolvida, e com certeza levará grande tempo para ser revertida e voltar a ser uma empresa saneada financeiramente.
Após a trolha da Light (EDF) na disparada do câmbio sem a devida garantia do hedge (em favor da dívida da Light em dólar) que a empresa tomou, o seu período de recuperação levou aproximadamente 3 anos e o valor de suas ações saíram de por volta de R$ 23,00 para R$ 11,00. E a Light só se recuperou porque o BNDES entrou pesado com debêntures conversíveis em ações... Se não fosse isso (o salvador BNDES), a Light jamais teria se recuperado... Então, se seguir a lógica da Light, a Sadia ainda vai penar um pouco...




Detalhes sobre o colapso sadia em;


http://web.infomoney.com.br//templates/news/view.asp?codigo=1336804&path=/investimentos/

Explicação da Crise Americana (humor em tempos de cólera)

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"Isso é uma forma didática de explicar a crise americana." É assim: Oseu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça"na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todosdesempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar umpouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreçoque os pinguços pagam pelo crédito). O gerente do banco do seu Biu, umousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que ascadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível,e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dospinguços como garantia. Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante,lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO,CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguémsabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentosfinanceiros, alavancam o mercado de capítais e conduzem a operaçõesestruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundodesconhece (as tais cadernetas do seu Biu ). Esses derivativos estãosendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantiasreais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bêuboda Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar doseu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu.

Mercado irracional

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Os ativos corrigidos a preços além do razoável e as bolhas, uma a uma, estouradas: a imobiliária nos Estados Unidos, a das commodities e, por tabela, a dos emergentes. Será que o mundo acabou para a renda variável? Tudo ficou mais difícil, sim, mas depois de perder os 50 mil pontos e retornar ao pior nível desde 16 de agosto de 2007, com 48.435 pontos, o Ibovespa começa a exibir histórias de crescimento mais realistas, segundo os analistas. A avaliação é de que, numa janela de 12 a 24 meses, a bolsa brasileira vai proporcionar ganhos acima da renda fixa, mas com muitas intempéries. O socorro do Tesouro americano às companhias Fannie Mae e Freddie Mac, longe de ser a solução para a crise originada nas hipotecas de alto risco, é apenas uma ponte para que o próximo presidente dos EUA encaminhe algo mais definitivo, que estenda, por exemplo, a ajuda aos mutuários, diz Luís Fernando Lopes, do Pátria Investimentos. Até lá, a Bovespa e o mercado brasileiro em geral vão depurar cinco anos em que o script era a bolsa subir, os juros caírem e o real se valorizar em relação ao dólar. "É hora de ver o mundo como ele é, não um lugar terrível como nos negros dias de 2001 e 2002, mas onde os preços das commodities não explodem todo ano e que a bolsa não dá sempre um retorno superior a 40%." Para ele, as matérias-primas, que subiam a um ritmo de 28% ao ano nos últimos cinco anos, vêm se ajustando a um novo nível de expansão global, mas o ciclo de alta não se esgotou. Com a percepção de que a economia global andará em ritmo menor, essa bolha começa a desinflar. "Parte do crescimento é real, puxado pelos emergentes, a Ásia notadamente, mas o problema é a quê velocidade os preços vão subir, talvez um aumento entre 7% e 9% ao ano."
Lopes lembra que a bolsa brasileira, dominada por grandes produtoras de commodities, reflete pouco o peso do consumo das famílias no PIB brasileiro, de 61%. Na média, as empresas locais têm contornado a inflação e elevado margens, o que quer dizer que há oportunidades, tendo os grandes bancos como exemplo. Ele sugere também que o investidor prossiga privilegiando liquidez. Nos últimos dias, aumentou a intensidade de migração de emergentes para ativos dolarizados, um claro sinal de que o risco sistêmico subiu, diz o chefe da área de Renda Variável da Fundação Cesp, Paulo de Sá Pereira. A queda de mais de 40% das ações do Lehman Brothers em Nova York ontem mostra que que o mercado pode estar testando o fôlego das autoridades americanas para salvar o setor financeiro. "Ficou a sensação de que o custo dessa crise para o governo será maior do que se imaginava e que os EUA vão crescer menos." Nesse cenário, 2008 já pode ser considerado um ano perdido para a bolsa. Se o mundo não cair numa recessão, só no segundo semestre de 2009 é que ele vislumbra melhora. No nível em que os preços das ações estão, Sá Pereira diz que, sob a ótica de longo prazo, ele não é mais vendedor e começa a querer fazer aquisições. Espera somente um evento catalisador. Na reversão, acredita que setores como siderurgia, petróleo e mineração é que sairão na frente. O comportamento do mercado ontem contrariou todos os fundamentos, com investidores estrangeiros procurando sair de commodities porque acham que o mundo vai entrar em recessão e as matérias-primas vão desabar, resume Walter Mendes, responsável pela área de renda variável do Banco Itaú. "Ontem, todos os parâmetros dos analistas para avaliar o mercado foram por água abaixo", diz.
Nesse ambiente, lembra Mendes, não importa que as empresas brasileiras continuem ganhando dinheiro mesmo depois da queda das commodities ou que suas ações já tenham caído bastante, atingindo uma relação Preço/Lucro (indicador de tempo de retorno do investimento) baixa, em torno de 9,5 vezes. Basta olhar o período de maio para cá, depois de o mercado atingir seu pico, onde o índice de commodities CRB Reuters cai 11,82%, enquanto o Ibovespa perdeu 28,63%. Parte desse descolamento reflete o peso da ação preferencial (PN, sem voto) da Petrobras no índice, que caiu no período 32,82%, e da ordinária (ON, com voto) da Vale, com recuo de 43,08%. Apenas dois papéis sobem, Nossa Caixa, pelo acordo de venda para o Banco do Brasil, e Eletrobrás, pelo acordo para pagar dividendos atrasados. Há dois tipos de estrangeiros deixando o país. O primeiro, fundos hedge internacionais que sofreram fortes resgates e precisam tirar dinheiro de onde puderem e vendem a qualquer preço. O segundo, os investidores de mais longo prazo que, diante das fortes quedas, atingem seus limites de baixa ("stop loss") e são obrigados a vender. Além disso, depois da queda, surgem os relatórios de bancos que recomendam a venda de Bovespa. Segundo Mendes, nas últimas semanas, o Brasil teria saído da indicação de 2% a 3% acima da média de mercado para neutro. Ele estima que o saldo de estrangeiros na Bovespa neste ano está negativo em R$ 20 bilhões. Os números da Bovespa indicam saída de R$ 16,672 bilhões até dia 5. "Enquanto isso, o investidor local se mantém no mercado, assistindo a essa saída de estrangeiros", diz.
Mendes diz que esta pode ser a hora de comprar olhando o longo prazo. Mas é preciso ter sangue-frio, pois a irracionalidade pode continuar. Ele estima o Ibovespa em 63 mil pontos no fim do ano. A queda do Ibovespa surpreendeu até os mais conservadores, como Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. Para ela, há um movimento técnico, de zeragem de posições por conta de perdas, mas há fatores econômicos como a recuperação do dólar e o enfraquecimento das commodities. E a queda dos papéis de matérias-primas arrasta junto os demais setores. Lika diz que o mercado oferece boas oportunidades, para quem tem visão de longo prazo. "Para quem adota o estilo Warren Buffett, de olhar cinco anos adiante, há boas perspectivas", diz.

Pregão perde uma Petrobras e duas Vale

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O mercado começa a semana em tom de ressaca, depois da grande piora na semana passada, com novos capítulos da crise financeira. Um levantamento feito pelo Valor mostra que na quinta-feira, quando todas as bolsas caíram muito, o valor de mercado (quantidade de ações multiplicada pelo preço dos papéis) da Bovespa chegou ao fundo do poço: R$ 1,87 trilhão. Esse é o menor valor de mercado da bolsa brasileira desde que a crise deflagrada pelos problemas do setor hipotecário americano contaminou o mundo, há mais de um ano (ver gráfico abaixo). Desde a última máxima histórica do Índice Bovespa, em 20 de maio, a bolsa brasileira já perdeu R$ 723 bilhões de valor de mercado. Exatamente, bilhões. Para se ter idéia do rombo, isso significa que em pouco mais de quatro meses o pregão perdeu o equivalente a uma Petrobras, com valor de mercado de R$ 312,3 bilhões na última quinta-feira, e duas Vale, com valor de mercado de R$ 206,3 bilhões. O mais preocupante desta história é que, apesar da leve recuperação do Ibovespa na sexta-feira, de 1,03%, o que se espera é que o mercado continue passando por novos chacoalhões.
"Pelos baixíssimos preços que estão as ações e pelos bons fundamentos que as companhias brasileiras ainda possuem, obviamente que o mercado deveria ser de recuperação", diz o diretor de investimentos da Fundação Cesp, Jorge Simino. "No entanto, o fluxo de recursos é soberano e, neste momento de grande aversão ao risco, ele é nitidamente de saída", afirma Simino.

O saldo líquido (diferença entre compras e vendas) de investimento estrangeiro na Bovespa no ano, até o dia 2 deste mês, está negativo em R$ 16,628 bilhões.
O grande temor dos investidores é que a desaceleração da economia americana seja grande o suficiente para contaminar a economia mundial. As expectativas com relação aos EUA mostram que há motivos para os aplicadores se retraírem. Pelas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve crescer apenas 0,5% este ano e 0,6% em 2009. "Esses números são assustadores, principalmente considerando que o FMI tem sempre uma visão das coisas mais positiva do que elas realmente são", diz o diretor da Fundação Cesp. Mesmo que as estimativas do Fundo estejam certas, é impossível acreditar que o mundo passará bem obrigado por um baque dessa magnitude na maior economia do planeta.
Desde que a crise financeira se agravou, em meados de julho do ano passado, a Bovespa já perdeu R$ 251 bilhões ou 12% do total. As quedas no valor de mercado das duas companhias mais importantes do pregão também são reveladoras. Entre maio (o melhor momento do mercado) e quinta passada, o valor da Petrobras caiu R$ 94,7 bilhões ou 31,4%. No mesmo período, o valor de mercado da Vale teve uma queda de R$ 160,2 bilhões ou 34%.
A dúvida sobre o crescimento da economia mundial deflagrou um processo de desvalorização no preço das commodities, o que agravou o tombo da bolsa brasileiro, altamente concentrada em papéis dessas empresas, como a Petrobras e a Vale.

Petr4: furando um suporte atrás do outro.

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Confesso que não gosto de gráficos Intra day. Mas o de baixo (clique para ampli-lo), demonstra que o humor do mercado já rompeu o suporte previsto de ontem (ver: http://ondasfinanceiras.blogspot.com/2008/09/petr4-nunca-na-histria-deste-pas-blergh.html) atingindo o valor de 32,00 no pregão de hoje. Não há indicativos no IFR21 (que normalmente uso nos Intra day para obter maior precisão) onde ainda encontra-se na posição de sobre compra (mostrando força vendedora). Não há sinais de possibilidade de alta com o cruzamento da média expononencial de 5 flods em relação a de 21 flods, enfim, tecnês a parte, não consigo ver melhora para nossa saudosa (buáááá!) petr4. Próximos suportes em 31,50; 30,00 (praticamente psicológico para ser rompido) e finalmente 27,80-preço visto em julho de 2007. Pra quem confia na ortodoxia do preço médio, talvez sejam boas oportunidades de entrada para longo prazo.





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petr4: nunca na história deste País... Blergh!

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Pedra no caminho, petr sem caminho. Ontem realizei uma breve análise de vale5 (http://ondasfinanceiras.blogspot.com/2008/09/vale-5-sinais-de-queda-iminente.html)mostrando um topo duplo indigesto que demonstra uma acentuada queda a curto prazo. Parece até auto-sugestão ao contrário, mas eu não queria ver um fenômeno parecido em petr4. Infelizmente, como um tapa na outra face, a queda de 3,19% de vale ao final do after market de hoje me mostra que nossa petrobrás esta indo pelo mesmo caminho da Vale. Também há topo duplo que mostra o caminho ao suporte histórico de 32,20. Se perder, menino, vai ser um Deus nos acuda.

Interessante é ver o "jogo de cena" de nosso batráquio presidente sujando as mãos de óleo na inauguração simbólica da exploração do petróleo no pré-sal. Alardea-se aos quatro ventos a criação de uma nova estatal e o discurso vazio do petróleo para o povo e blá,blá,blá (não é o Hugo Chaves Chapolin falando; é o Lula) é o camarada presidente vem fazer discurso em cima da imagem da petrobrás (ver: http://ondasfinanceiras.blogspot.com/2008/07/nova-empresa-para-explorar-as-reservas.html). Bem, não conveceu. O gráfico abaixo diz tudo. O IFR14 segue em posição parcial de sobre compra com um OBV10 de acordo com a queda-sem mostrar nenhum sinal de reversão- e com indicativo de novos tombos na cotação. Ficamos nesta. Barbas de molho ou novas posições de compra? Caros leitores, é com dor que digo, acho que fico com a primeira opção por falta de transparência e seriedade de nossos gestores.


(clique no gráfico para amplia-lo).

Vale 5: sinais de queda iminente.

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Vale, valha-me Deus. Não gostei dos dois topos que se formaram nos últimos pregões. Com o IFR14 ainda em posição de sobre compra, esta figura indica uma potencial queda do ativo para os próximos dias. Se isso acontecer, suporte em R$ 33,50 por ativo. Para quem estava comemerando os parcos ganhos de vale 5, segue uma notícia ruim para o curto prazo. Como sempre, perda a uns, oportunidade aos outros. Quem estiver com um dindin líquido, pode fazer um trade interessante para pagar o whisky e afogar as mágoas do mês do chachorro louco (agosto).


Bons investimentos






 

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