Ações da BMeF estréiam na Bovespa no fim de novembro

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Mais uma empolgante IPO que nos deixa de "olhos grandes" ao nos reportarmos a IPO da Bovespa Holding.
Fica, no entanto, aquela pulguinha atrás da orelha sobre a empolgação do capital estrangeiro, o verdadeiro fator de alavancagem destes eventos no mercado de capitais.

Alguns fatores que me deixaram empolgados foi o volume de capital movimentado pela BMeF que ultrapassa a ordem do trilhão (a quarta bolsa de derivativos do mundo). Os dados sobre lucros desta instituição são bastante apetitosos para ávidos investidores em busca de um campo seguro aos seus "tostões".
O que me deixou com o maldito artrópode dantes citado, foi o fato da BMeF não ter a tradição histórica de nossa Bovespa bem como o fato de ser, ainda, uma instituição sem fins lucrativos. Tal fato nos faz refletir que impostos e taxas antes não contabilizados, farão parte do demonstrativo. Com tal volume financeiro, como serão cogitadas as garras do "Leão". Outro quisito são as ações judiciais movidas contra a BMeF por parte de especuladores inescrupulosos que fizeram parte de nosso ingênuo mercado na década de 70 e 80. Bem, que tentemos enriquecer ou que sejemos lembrados como alguém que tentou.
Abaixo a reportagem sobre a IPO da BMeF que foi divulgada no Estado de São Paulo.

Bons investimentos.







Veja o que está envolvido na oferta da Bolsa e quais são as regras para comprar ações - Agência Estado 12/11/2007


SÃO PAULO - A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMeF) vai lançar ações na Bolsa no final de novembro. A operação deve chegar a R$ 5 bilhões. A instituição já divulgou o prospecto da sua Oferta Pública Inicial (IPO) e, portanto, quem pretende comprar papéis da BMeF deve ficar atento para os detalhes. Veja abaixo o que está envolvido na oferta da Bolsa e quais são as regras para comprar ações:

1- Quantas ações a BMeF pretende lançar?
A BMeF vai ofertar 260.160.736 ações, mas este total poderá ser acrescido de um lote suplementar de até 15% da oferta inicial, o que levaria a operação para 39.024.120 ações.

2- Qual será o preço das ações?
O preço de referência para a oferta é de R$ 15,50 por ação, o que chega a R$ 4,032 bilhões, considerando apenas a oferta inicial, e R$ 4,637 bilhões, incluindo o lote suplementar. Mas o preço real deve ficar entre R$ 14,50 e R$ 16,50 e será fixado pelo procedimento de bookbuilding (ferramenta para a apuração de intenções de compra), que refletirá o valor ofertado por investidores institucionais. O preço será fixado no dia 28.

3- Qual é o procedimento para quem pretende comprar ações da BMeF?
As reservas pelas pessoas físicas deverão ser feitas do dia 19 ao dia 27, em bancos e corretoras.

4- Quando será feita a Oferta Pública Inicial da BMeF?
A estréia da BM&F na Bovespa está marcada para o dia 30 de novembro.

5- Quanto cada investidor pode comprar em ações da BMeF?
O valor mínimo de investimento é de R$ 5 mil e o máximo, R$ 300 mil.

6- Há algum custo, alguma taxa a ser cobrada do investidor?
Não haverá custos ao investidor - as comissões serão arcadas pelos acionistas vendedores e os emolumentos, taxas de registro e de listagem serão pagos pela companhia.

7- Como serão atendidas as propostas dos investidores pessoa física?
De acordo com o prospecto da operação, de 10% a 20% da oferta será destinado ao investimento no varejo. Deste total, 1% será prioritariamente destinado aos empregados das corretoras.

8- E o que acontece se a demanda superar o total ofertado pela Bolsa?
Se a reserva por investidores de varejo superar a oferta haverá rateio na distribuição das ações, de acordo com a classificação do investidor no pedido de reserva. O primeiro rateio vai atender o pedido de investidores prioritários até o limite de R$ 20 mil, mesma regra do IPO da Bovespa. Se sobrarem recursos, serão atendidos os não-prioritários até R$ 5 mil. Na seqüência, havendo sobra, voltam a ser atendidos os prioritários, na proporção de seus pedidos. E, finalmente, se ainda sobrarem ações, serão atendidos os não-prioritários, na proporção da sua reserva.

9- Quem são os investidores prioritários e não prioritários?
Será considerado "com prioridade" quem tiver vendido no primeiro dia de negociação no máximo 20% das ações adquiridas em quatro IPOs anteriores a serem definidos no dia 19 ou que não tenham participado de nenhum deles. E "sem prioridade" quem não pedir sua classificação ou tiver negociado em dois ou mais dos quatro IPOs considerados mais de 20% das ações no primeiro dia de negócios.

10- Este procedimento foi o mesmo adotado pela Bovespa Holding. E como ficou a demanda naquele caso?
No IPO da Bovespa Holding, controladora da Bovespa, por causa do excesso da demanda, os não prioritários não receberam ações e os prioritários puderam comprar no máximo R$ 12.098,00 em ações. A ação da Bovespa foi vendida pelo preço máximo de referência, de R$ 23,00, e desde o primeiro dia de negociação, em 26 de outubro, subiu 60,43%, para R$ 36,90.

Recomendações

Muitos investidores devem se interessar pela oferta da BMeF. Um dos motivos foi o excelente desempenho dos papéis da Bovespa Holding. Na mais concorrida abertura de capital da história do País, as ações estrearam com valorização de 52,13%. Contudo, analistas recomendam investimento em ações apenas para a parcela da poupança que não tem uma data definida para resgate. Mesmo os papéis que têm espaço para valorização podem perder em momentos de queda dos mercados. Nesta situação, o investidor terá que esperar pelo melhor momento para resgatar seus recursos. Ou seja, se há uma data definida para o resgate, o melhor é evitar a aplicação em Bolsa.

Veja abaixo as principais diferenças entre as bolsas:

1- Volume: a Bovespa movimentou R$ 83 bilhões em setembro deste ano, quando as ações foram lançadas, aumento de mais de 100% em relação ao volume médio do mesmo mês de 2006. Já o giro da BMeF atingiu R$ 2,2 trilhões em setembro, cerca de 10% a mais que em setembro do ano passado. O número médio de contratos por dia subiu quase 62% nos 9 meses de 2007 frente ao mesmo período de 2006, para 1,79 milhão.

2- Lucro: a Bovespa Holding divulgou lucro de R$ 243,7 milhões no primeiro semestre de 2007, aumento de 71% frente ao primeiro semestre de 2006. Enquanto isso, o lucro da BMeF subiu 55% por cento nos nove primeiros meses deste ano, para R$ 222 milhões.

3- IPO: a Bovespa vendeu ao todo 288.066.125 ações ordinárias, levantando R$ 6,6 bilhões. O papel foi precificado a R$ 23, acima da estimativas inicial entre R$ 15,50 e R$ 18,50, e dispararam 50% na estréia. Quase 80% das ações foram compradas por estrangeiros e o lote mínimo para investidores do varejo era de R$ 3 mil. No caso da BMeF, serão vendidas inicialmente 260.160.736 ações ordinárias. O exercício do lote suplementar elevaria o montante em 39.024.120 ações. Como a estimativa de preço está entre R$ 14,50 e R$ 16,50, o teto teórico dela coloca a oferta em até R$ 4,9 bilhões. O lote mínimo para o varejo é de R$ 5 mil. São ações objeto da oferta 33,2% do capital.

4- Acionistas: os maiores acionistas da Bovespa Holding antes da oferta eram os grupos Itaú e Santander com cerca de 4% cada. Na BMeF nenhum dos acionistas possui participação acima de 5%. O Bradesco tem 4,9% e está entre os maiores. Os principais vendedores na oferta serão: Miramar Holdings, Santander e Marcos de Souza Barros, da corretora Souza Barros. Em setembro, a empresa de private equity General Atlantic LLC fez acordo para comprar 10% do capital da BMeF, pelo preço de até R$ 1 bilhão. No mês passado, a BM&F também assinou acordo para vender 10% para o CME Group, controlador da maior bolsa de derivativos do mundo, pela quantia de R$ 1,3 bilhão de reais.

5 - História: Bovespa tem origem em 1890, com a criação da Bolsa Livre. A partir da década de 1960, assumiu a característica institucional de bolsa de valores, sem fins lucrativos. Já a BMeF foi fundada em 1985, como associação civil sem fins lucrativos.

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