Investment Grade: crescimento ou banho de água fria?

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Um estudo feito pela Consultores Associados com cinco países que se tornaram grau de investimento nos últimos anos - México, Rússia, Romênia, Bulgária e África do Sul - revela que os mercados antecipam a boa notícia, se valorizando até dois anos antes. Já depois da promoção, o estudo mostra que não há garantias de que as bolsas continuarão em alta. Tudo depende se o país está fazendo a lição de casa, para o futuro da economia ser ainda melhor, além da situação econômica internacional. "O mercado é muito mais rápido que as agências e, ao menor sinal de que um país vai virar grau de investimento, os aplicadores correm para comprar os ativos e pegar toda a valorização", diz o sócio da Antônio Madeira. A consultoria analisou vários indicadores dos cinco países que se tornaram grau de investimento, entre eles a bolsa 3, 6, 12 e 24 meses antes e depois da promoção. O México é o melhor exemplo de que um país não consegue viver apenas da fama de ser grau de investimento e que o bom desempenho do seu mercado pode ser prejudicado por fatores internacionais. O país ganhou selo de lugar seguro para investir em março de 2000 e o índice da bolsa mexicana subiu nos quatro períodos antes da promoção (3,6, 12 e 24 meses) e caiu nos quatro após o fato. Para se ter idéia, seis meses antes, o índice subiu 119%, em termos anualizados, enquanto que seis meses depois caiu 28,2%. "Antes, a bolsa subiu refletindo o que iria acontecer", diz Madeira. "No entanto, depois deu azar, com a recessão americana, o estouro da bolha da Nasdaq e o atentado às torres gêmeas." Já no caso da Rússia, a bolsa continuou subindo mesmo depois, graças à grande valorização da bolsa americana no período e ao petróleo. A Romênia é o exemplo de que acontecimentos positivos podem sustentar uma bolsa. No ano em que se tornou "investment grade", o país fechou acordo com o FMI e passou a fazer parte da Zona do Euro. Não por acaso, o índice da bolsa romena subiu 42,6%, dois anos após a promoção do país. Para o economista da corretora Geração Futuro, Gustav Gorski, a continuidade da alta da Bovespa irá depender do crescimento econômico, da queda dos juros e da aprovação de reformas, como a tributária e a trabalhista. Do contrário, o Brasil poderá repetir a história do México.

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